Nisia Floresta Brasileira Augusta

NÍSIA FLORESTA BRASILEIRA AUGUSTA foi escritora e educadora, nascida no Rio Grande do Norte no ano de 1810. Seu verdadeiro nome era Dionísia Gonçalvez Pinto, mas Nísia usou esse entre outros pseudônimos (Tellezilla, Telesila, B.A. e Une Brésilienne) para publicar seus manifestos de conteúdo revolucionário no Brasil e na Europa nos idiomas português, francês e italiano, sendo uma das precursoras do movimento feminista no Brasil ainda no século XIX.

Nísia fundou no Brasil colégios como o Colégio Augusto, de currículo variado e que incluía muitas disciplinas da área de artes, famoso pelo ensino de qualidade, porém muito criticado na época por seus métodos que ainda hoje são considerados inovadores. Nísia criticava a forma cega através da qual a sociedade brasileira simplesmente aceitava e aplaudia métodos europeus apenas por serem oriundos da Europa, e que davam à mulher um tratamento diferenciado, sem instruí-las, apenas educando-as para que se comportassem corretamente. Sob o comando de Nísia, as mulheres eram instruídas de forma a receberem real formação, diferentemente do costume da época, em que as mulheres tinham penas cursos como costura e boas maneiras. Sua principal obra chama-se “Opúsculo Humanitário”.

Foi Nísia quem trouxe ao português as ideias de Mary Wollstonecraft. Em seus escritos, publicados no Brasil e na Europa, Nísia versa sobre a educação brasileira e o poder do ensino para a transformação da consciência e da vida material das mulheres. Para Nísia, os limites e os modelos da educação foram determinados por homens e assim serviriam aos interesses da sociedade em que eles têm domínio.

Nísia, uma mulher do século XIX nascida no Brasil contribuiu imensamente como uma revolucionária do pensamento também através de colaborações jornalísticas e na literatura.
Mesmo em parte ainda presa a modos tradicionais de pensar a mulher, herdados de sua época, Nísia tentava libertar-se desses paradigmas tradicionais e pregava a ideia de que todos os seres humanos eram entes racionais, sem distinção de sexo e sobre a importância da atuação da mulher na esfera pública com o objetivo de edificar uma sociedade melhor. Suas ideias, num tempo em que os pais tiravam suas filhas da escola logo que aprendiam a costurar para evitar que aprendessem a ler, escrever e contar, o pensamento de Nísia destoava totalmente das ideias prevalentes na sociedade brasileira.

Saiba Mais:
http://www.projetomemoria.art.br/NisiaFloresta/index.html
http://dominiopublico.mec.gov.br/download/texto/me002106.pdf


Nisia Floresta
(Este post foi escrito por Norma Müller sob indicação de Ana Caniatti. Obrigada, Aninha!)

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