Inês Etienne Romeu

Seguindo as homenagens às grandes guerreiras que lutaram pela liberdade no Golpe de 64, homenageamos hoje  INÊS ETIENNE ROMEU.

Presa durante a ditadura na “Casa da Morte” (Casa de Petrópolis, um dos centros de tortura do Regime Ditatorial), foi a única prisioneira a sair com vida, pra nos contar sobre a morte.

“A qualquer hora, do dia ou da noite, sofria agressões físicas e morais. ‘Márcio’ invadia a minha cela para examinar meu ânus e verificar se ‘Camarão’ havia praticado sodomia comigo. Este mesmo ‘Márcio’obrigou-me a segurar seu pênis, enquanto se contorcia obscenamente. Durante este período, fui estuprada duas vezes por ‘Camarão’ e era obrigada a limpar a cozinha completamente nua, ouvindo gracejos e obscenidade, os mais grosseiros”

Quando cortou seus pulsos, optando por acabar com aquele sofrimento, decidiu, ao invés de por um fim à sua vida, dar voz à ela. Gritou, gritou e gritou. Se fez passar por infiltrada para o Centro de Informações do Exército, e assim conseguiu sair.
Graças a seus à Anistia, em 1979, descobriu-se a localização da Casa, a identidade de seus torturadores e apoiadores, e dos militantes que por lá passaram.

Inês, hoje homenageamos sua presença de espírito, sua força e sua paixão pela vida. Por ter dado voz à sua alma, tirou muitas outras do inferno.

Nosso eterno muito obrigado. Que todas possamos seguir sua história como exemplo de inspiração e motivação para seguirmos lutando.

Fonte: http://papodehomem.com.br/tortura-no-brasil-e-os-50-anos-da-ditadura-militar-como-nao-esquecer/

Por: Caroline Zorzetto

ines

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