Zuzu Angel

Hoje, aniversário de 50 anos do golpe militar no Brasil, queremos fazer uma homenagem as valentes que lutaram por uma pátria democrática, contando a história de Zuzu Angel.

Zuleika de Souza Netto, mais conhecida como Zuzu Angel, começou seu trabalho de costureira na década de 50, no Rio de Janeiro. O estilo de suas roupas misturavam tecidos clássicos com tecidos que lembravam a cultura e o folclore do Brasil, o que tornou Zuzu uma estilista reconhecida nacionalmente e internacionalmente.
A história de Zuzu mudou quando seu filho, Stuart Jones, então estudante de economia, passou a integrar organizações que combatiam a ditadura militar no Brasil, instaurada em 1964. Preso em 14 de abril de 1974, Stuart foi torturado e morto pelo Centro de Informações da Aeronáutica (CISA), e dado como desaparecido pelas autoridades.
A partir disso, Zuzu entrou em uma guerra pela recuperação do corpo do seu filho. Envolveu os Estados Unidos na sua luta, criou uma coleção estampada com manchas vermelhas e pássaros engaiolados, fez um desfile no Consulado do Brasil em Nova York, criticando o atual governo brasileiro.
Foram anos de busca pelo corpo do filho, que nunca foi encontrado. A busca de Zuzu só terminou com sua morte, em 1976, num acidente de carro. Uma semana antes, a estilista teria escrito um documento e entregue ao amigo Chico Buarque, que deveria publicá-lo caso algo acontecesse. Zuzu escreveu: “Se eu aparecer morta, por acidente ou por outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho.”
Em 1998, a Comissão Especial dos Desaparecidos Políticos julgou o acidente como responsabilidade do regime militar.
Não só por Zuzu, e por todas as mulheres e homens que lutaram contra a ditadura, por seu direito de liberdade, que hoje lembramos desta data. Ditadura, nunca mais.

Por Laura Budel.

zuzu

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