Simone de Beauvoir

Simone Lucie-Ernestine-Marie-Bertrand de Beauvoir nasceu em Paris, em 1908. Foi uma das poucas mulheres a se formar em filosofia na década de 20, tem uma das mais primorosas teses sobre Leibniz já escrita. É nessa época, inclusive, que conhece o filósofo Jean-Paul Sartre, que será seu companheiro de toda a vida.
Sendo a mais jovem e nona mulher a receber o título que possibilitaria o ensino de Filosofia nas universidades, Simone, já em 1931 se torna professora titular da matéria em Marseille e depois em Rouen.
Em 1945 ela funda, com Sartre, o combativo periódico Les Temps Modernes.
Escritora e feminista, Simone de Beauvoir fez parte de um grupo de filósofos-escritores associados ao existencialismo – movimento que teria enorme influência na cultura européia de meados do século passado, com repercussões no mundo inteiro. Suas ideias tratavam de questões ligadas à independência feminina e o papel da mulher na sociedade. Sua obra refletia também a luta feminina e as mudanças de papéis estabelecidos, assim como a participação nos movimentos sociais.
Em 1949 publica “O Segundo Sexo”, pioneiro manifesto do feminismo, no qual propõe novas bases para o relacionamento entre mulheres e homens.
Para a sociedade da década de 1950, o livro foi um escândalo. As reações contra a obra foram violentas. Direita e esquerda passaram a ter algo em comum: reprovavam veementemente as ideias de Simone de Beauvoir, sobretudo aquelas expostas no capítulo sobre a maternidade, em que ela falava sobre o direito ao aborto. A Igreja Católica incluiu o livro no Index, a lista de obras proibidas. Com a repercussão do livro, a permanêcia de Simone em Paris se tornou insustentável e ela partiu em viagem com o escritor Nelson Algren pela Europa e norte da África.
“Os Mandarins” é de 1954; nesse mesmo ano, Beauvoir ganha o prêmio Goncourt.
Ela e Sartre visitaram o Brasil entre agosto e novembro de 1960; foram também a Cuba, recebidos por Fidel Castro e Che Guevara. Sempre tiveram marcada atuação política, manifestando-se contra o governo francês por suas intervenções na Indochina e na Argélia; contra a perseguição dos judeus durante a Segunda Guerra; contra a invasão americana do Vietnã e em muitas outras ocasiões.

Simone morreu em 14 de abril de 1986, um dia antes do aniversário da morte de Sartre, tendo realizado seus dois sonhos de infância: o de se tornar escritora e o de ser uma mulher independente. Mas também sem realizar um de seus maiores desejos desde que conheceu Sartre: o de que seu companheiro de toda a vida não morresse antes dela.

 

Simone

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